3 Passos para uma comunicação de segurança eficiente
Um dos elementos que mais ajudam a conduzir a cultura de segurança para o caminho da maturidade são as práticas de comunicação.
A forma como a empresa comunica segurança diz muito sobre suas crenças a respeito do tema, seu estilo de liderança e sobre a cultura que ela deseja… Outro fatore importante para fortalecer a cultura de segurança está em como falamos, se com um tom reativo, proativo ou comando e controle.
PORQUE A COMUNICAÇÃO DA EMPRESA NÃO ALTERA COMPORTAMENTOS?
É comum que o profissional de segurança sinta que está andando em círculos, que está repetindo as mesmas coisas, “mas eu já falei isso antes”, ou ainda, “todo dia falo sobre isso”…
Leitura sugerida: O trabalhador não quer utilizar o EPI, ele já foi orientado, o que fazer?
Talvez o maior erro do profissional de segurança é acreditar que a comunicação/treinamento resolve tudo. É acreditar que um DDS, uma palestra, um curso resolveremos tudo.
É necessário que o conteúdo dado em sala encontre eco na realidade do chão de fábrica. Que o trabalhador na operação tenha condições de cumprir os requisitos e itens que foram apresentados em sala.
Assim como um acidente de trabalho é multifatorial, o comportamento das pessoas também é. Para fortalecer os comportamentos seguros o profissional de segurança precisa jogar em muitas frentes, a comunicação é uma delas, mas não é a única!
O QUÊ UM PROFISSIONAL QUE COMUNICA SEGURANÇA PRECISA SER?
Ele precisa ser apaixonado pelo tema segurança. Precisa ser uma pessoa que estudou e estuda o assunto. Afinal uma boa teoria é a chave para boa prática.
Ele precisa comunicar segurança com energia, convicção e propósito, assim conseguirá passar credibilidade as pessoas que o escutam.
Agora uma nova habilidade, ser um bom ouvinte. O bom comunicador em segurança é aquele que sabe falar, mas também que sabe ouvir. Os trabalhadores gostam de compartilhar sua experiência de vida, gostam de compartilhar o seu saber, gostam de fazer perguntas, de questionar. Isso inclusive é fundamental para construção do conhecimento no adulto, conforme a andragogia.
O adulto aprende mais quando participa do processo de aprendizagem de proativa, e não apenas ouvindo e dizendo amém o tempo todo…
O QUE O MEU PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO DE SEGURANÇA PRECISA TER?
- O aspecto básico é definir logo de início os princípios os seguintes itens: canais de comunicação, periodicidade da comunicação, quem serão os porta-vozes da mensagem de segurança, a forma de mensuração de resultados. Ou seja, como eu vou medir as ações de comunicação para garantir que estão sendo exitosas.
- Avaliar quais canais de comunicação são os preferidos pelos trabalhadores: é comum que a empresa arbitre a forma de comunicação, mas será que isso garante aderência dos trabalhadores ao projeto?
Entender quais canais de comunicação alcançam com maior impacto os trabalhadores é fundamental para o sucesso do programa de comunicação. Ouvir a preferência deles então, faz muito sentido se o objetivo é ter uma comunicação eficiente e transformadora.
- Definir o formato da comunicação: a maioria das empresas investe em comunicação do tipo monólogo. Várias teorias da comunicação nos ensinam que para haver aprendizado, o trabalhador precisa estar envolvido ativamente, ser ouvido, participar, dar opinião, dar sugestões, compartilhar suas experiências.
O formato da comunicação precisa ser envolvente e a comunicação em forma de monólogo não envolve e não engaja ninguém.
- Definir os temas a serem abordados: Esse é um tema polêmico. Alguns profissionais defendem que a empresa tenha um calendário de comunicação previamente definido. Outros preferem em que os itens a serem comunicadas sejam levantados no dia a dia observando o que acontece na operação. Há ainda um terceiro grupo de profissionais que defendem que deve haver temas previamente definidos, mas também espaço para temas importantes que aparecem subitamente conforme o desenrolar das atividades operacionais. Eu confesso que esse terceiro grupo se aproxima mais do que julgo ser apropriado.
Fechar o calendário de comunicação totalmente, sem possibilidade de inserção de novos temas, me parece ser uma jogada perigosa. O calendário totalmente fechado pode nos levar a ignorar as necessidades de comunicação do momento.
Sabemos que o trabalho do operacional é cada dia mais complexo, e que novos desafios, problemas e prioridades de segurança podem surgir a qualquer tempo, por isso ter uma agenda fechada não me parece apropriado. Já ter uma agenda totalmente aberta acaba sendo perigoso porque pode nos levar ao comodismo, “não tem o tema para hoje, então só vou fazer o DDS no mês que vem”! A ausência de planejamento nesse caso é um perigo, pois pode levar o descomprometimento em cumprir as pautas de segurança.
Ter temas previamente definidos, mas também espaço para temas importantes que aparecem subitamente é interessante porque nos mantém em movimento. Temos temas preparados que podem ser desenvolvidos com o tempo, mas também espaço para temas que exigem abordagem imediata, como cuidados com algum risco novo específico.
- Canais oficiais e não oficiais para acompanhar aderência a cada ação: é importante definir os canais oficiais, mas também ficar de olho naquela conversa que acontece ao pé do andaime. Me refiro de vez em quando perguntar informalmente aos trabalhadores sobre que eles acharam da campanha de segurança x ou Y. Essas conversas não estruturadas, pegando trabalhador de surpresa tendem trazer respostas espontâneas, e que em muitos casos, acabam sendo mais ricas do que as obtidas através dos canais oficiais.
O DDS precisa mudar! E os treinamentos de SST também
Programa Liderança Eficaz em Segurança.
Programa de Comportamento Seguro.
Diagnóstico de Cultura de Segurança.